sexta-feira, 6 de março de 2015

AS MULHERES E O AIKIDO



AS MULHERES E O AIKIDO

Fico cada vez mais assustado com o aumento do número de casos de violência contra mulheres. Seja na esfera doméstica, onde maridos violentos espancam suas mulheres sem nenhum motivo; seja em relacionamentos amorosos, onde namorados violentos não aceitam o fim de um namoro e se sentem no direito de ameaçar, espancar e, as vezes, matar suas namoradas que os rejeitaram. E não há Lei “Maria da Penha” que dê jeito em tal situação. Sem falar na crescente onda de violência que assola as grandes cidades, onde as mulheres são vistas, frequentemente, como um alvo mais fácil.
Fico ainda mais preocupado, por ser pai de uma menininha linda, que um dia vai crescer e pode ficar sujeita a todo este tipo de violência.
Por outro lado, fico espantado com o número reduzido de mulheres que praticam ou frequentam academias de Aikido. O Aikido seria a mais perfeita Arte Marcial ou o melhor método de defesa pessoal para ser praticado por elas, levando-se em conta suas características e filosofia.
Para entendermos esta arte marcial, precisamos analisar a vida de seu fundador: Morihei Ueshiba, também chamado Ô-Sensei ("grande mestre"); foi praticante de vários estilos de artes marciais, tornando-se um exímio praticante em todas elas.
Contudo, em todas elas havia o conceito de vencer, ou destruir o inimigo, pois todas elas foram desenvolvidas, e transmitidas através de gerações, por antigos Samurais, a partir de suas experiências nos campos de batalhas, onde o objetivo era a vitória, com a aniquilação do inimigo.
Ô Sensei, porém possuía um conceito muito forte a respeito da harmonia como princípio de vida.
Consciente de que não poderia haver harmonia na destruição, Ô-Sensei começou a desenvolver os conceitos de sua própria Arte Marcial, onde não mais havia a ideia de vencer ou destruir um inimigo, mas pura e tão somente a de encerrar um conflito.
No Aikido, não há golpes de ataque, apenas de defesa . Não existe competição. Toda a agressividade é reduzida a zero. O uso da força física é também, paulatinamente, reduzido, sendo que o praticante usa a força de seu oponente para dominá-lo, imobilizá-lo, e interromper um eventual conflito.
É uma valorização de nosso lado fraco, onde a técnica permite que dominemos, com facilidade, oponentes com força física muito superior à nossa.
O Aikido busca valorizar e desenvolver a intuição, conceito que já é especialmente desenvolvido nas mulheres, o que as concede uma vantagem adicional.
Com o tempo e com um treinamento regular, as inseguranças, os temores de agressão, vão dando lugar a um aumento do sentimento de autoconfiança, de segurança, de não mais viver sob o domínio do medo causado pelo risco de ser agredida por pessoas mais fortes, de má índole; covardes que se valem de sua vantagem física para tentar, por meio da violência, subjugar e controlar as pessoas.
Seria libertar-se de todos os medos e inseguranças, voltando a ser respeitada não só pelos outros, mas principalmente por si mesma.
Assim, convido a todas as mulheres a vir conhecer (e praticar) o Aikido; mesmo quem não viva sob o risco iminente de ser agredida, pois saber se defender e defender os outros pode ser útil em várias situações da vida cotidiana.
Convido especialmente aquelas para as quais a violência já é uma realidade, porém uma realidade que pode e deve ser mudada.

Violência contra a mulher: nunca mais!

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