sexta-feira, 21 de outubro de 2016



LEVAR VANTAGEM

Desde que, em 1976, o jogador da Seleção Brasileira da copa de 70, Gerson, fez um comercial de cigarros onde dizia “o importante é levar vantagem. Certo?”, a expressão “levar vantagem” passou a ter o estigma negativo de se agir de modo a obter vantagens em qualquer situação, sem se importar com questões éticas ou morais. Era a “lei do Gerson”.
Era o ganhar sempre, mesmo que para isso, fosse preciso prejudicar os outros.
Seguramente isto foi fruto de uma parcela da população, de mente mais obtusa, que ajudou a propagar essa ideia enganosa sobre o ato de levar vantagem.
Levar vantagem, não implica, de forma alguma, em enganar ou prejudicar os outros, nem agir contra a ética ou a moral.
Cito como exemplo, um conselho que dou à minha filha: se você estudar bastante, enquanto seus coleguinhas ficam caçando Pokemons, você vai levar vantagem, na hora da prova, e tirar uma nota boa. Ou: se você fizer bem seu curso de inglês, vai levar vantagem na hora do vestibular, ou até mesmo na hora de arrumar um bom emprego.
É imoral ou antiético ser esforçado, para, com isso, obter bons resultados?
Claro que não.
Há que se olhar o caso sob esta outra ótica.
Estar ou levar vantagem sobre alguma coisa ou alguém, no mais das vezes, é uma coisa boa, fruto de um esforço ou trabalho, que o colocou em uma posição privilegiada em relação aos outros, que não se esforçaram tanto.

Assim, da próxima vez que alguém lhe perguntar se você gosta de levar vantagem, diga, com orgulho, que sim; se ele lhe considerar um mau caráter, provavelmente ele pertence àquele grupo para o qual “vantagem” e sinônimo de “safadeza”; pobre dele.