LEVAR VANTAGEM
Desde que, em 1976, o jogador da Seleção Brasileira
da copa de 70, Gerson, fez um comercial de cigarros onde dizia “o importante é
levar vantagem. Certo?”, a expressão “levar vantagem” passou a ter o estigma
negativo de se agir de modo a obter vantagens em qualquer situação, sem se
importar com questões éticas ou morais. Era a “lei do Gerson”.
Era o ganhar sempre, mesmo que para isso, fosse
preciso prejudicar os outros.
Seguramente isto foi fruto de uma parcela da
população, de mente mais obtusa, que ajudou a propagar essa ideia enganosa
sobre o ato de levar vantagem.
Levar vantagem, não implica, de forma alguma, em
enganar ou prejudicar os outros, nem agir contra a ética ou a moral.
Cito como exemplo, um conselho que dou à minha
filha: se você estudar bastante, enquanto seus coleguinhas ficam caçando
Pokemons, você vai levar vantagem, na hora da prova, e tirar uma nota boa. Ou:
se você fizer bem seu curso de inglês, vai levar vantagem na hora do
vestibular, ou até mesmo na hora de arrumar um bom emprego.
É imoral ou antiético ser esforçado, para, com isso,
obter bons resultados?
Claro que não.
Há que se olhar o caso sob esta outra ótica.
Estar ou levar vantagem sobre alguma coisa ou
alguém, no mais das vezes, é uma coisa boa, fruto de um esforço ou trabalho,
que o colocou em uma posição privilegiada em relação aos outros, que não se
esforçaram tanto.
Assim, da próxima vez que alguém lhe perguntar se
você gosta de levar vantagem, diga, com orgulho, que sim; se ele lhe considerar
um mau caráter, provavelmente ele pertence àquele grupo para o qual “vantagem”
e sinônimo de “safadeza”; pobre dele.
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