sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A VACA E A SERPENTE



A VACA E A SERPENTE

“A vaca bebe a água do riacho cristalino e produz o leite nutritivo; a serpente bebe da mesma água e só produz veneno.”


Assim ocorre na vida; pessoas com o mesmo estudo, as mesmas oportunidades e chances na vida; criadas e educadas da mesma maneira. Enquanto uns se tornam cidadãos prestativos e úteis à sociedade, outros de tornam párias, que só a prejudicam.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A ÁGUIA QUE VIROU GALINHA



A ÁGUIA QUE VIROU GALINHA

Após ser capturada, durante muito tempo, uma águia foi criada em um galinheiro. E com o tempo, foi assimilando o jeito de ser, de pensar, de ciscar a terra, de comer milho, de dormir em poleiros...
E a medida que o tempo passava, ia esquecendo as lembranças que lhe restavam do passado; os cumes das montanhas, os vôos nas nuvens, o frio das alturas, a vista se perdendo no horizonte, o delicioso sentimento de dignidade e liberdade...
Como não havia nada que lhe lembrasse destas coisas e todas as galinhas cacarejassem os mesmos catecismos, ela acabou por acreditar que ela não passava de uma galinha com perturbação hormonal; tudo grande demais: aquele bico curvo, sinal certo de acromegalia; e desejava muito que seu cocô tivesse o mesmo cheiro certo do das galinhas... Não se sentia feliz, mas assim era a vida. Tinha frequentemente insonia e vivia angustiada.
Um dia apareceu um homem que vivera na montanha e vira o voo orgulhoso das águias. “O que é que você faz aqui?”, ele perguntou.
“Este é o meu lugar”, ela respondeu. “Todo mundo sabe que galinhas vivem em galinheiro, comem milho, ciscam o chão, botam ovos e, finamente, um dia viram canja”.
“Mas você não é uma galinha”, ele disse, “É uma águia.”
“De jeito nenhum. Águias voam alto. Eu nem sequer sei voar. Para dizer a verdade, nem quero. A altura me dá vertigens. É mais seguro ir andando, passo a passo...”
E não houve argumento que mudasse o modo de pensar da águia esquecida.
Até que o homem, não aguentando mais ver aquela cena deprimente, uma águia transformada em galinha, agarrou a águia a força e a levou até o alto de uma montanha. A pobre ave começou a cacarejar de terror, mas o homem não teve compaixão; jogou-a no vazio do abismo.
Foi então que o pavor, misturado aos instintos que ainda faziam parte dela, fizeram com que suas asas batessem, a princípio em pânico, mas pouco a pouco com tranquila dignidade, até se abrirem confiante, reconhecendo aquele espaço imenso que lhe fora roubado. E ela finalmente compreendeu que não era uma galinha, mas uma águia.

                                                   (autor desconhecido)

Quantas pessoas não abrem mão de suas próprias vidas, tentando viver uma que, embora não seja a sua,  melhor se adapte às condições que se apresentam.
Seja pelo ilusório amor por outra pessoa, ou pelo verdadeiro e incondicional amor por uma filha, os motivos podem ser muitos, mas o fim é certamente sempre o mesmo.
Pura e simplesmente porque não é possível viver uma vida que não seja a sua; pode-se fingir durante certo tempo e até acreditar piamente que aquela é a sua vida, mas bem lá no fundo, em seu âmago, há algo sempre gritando que aquele não é você e trazendo sofrimento e dor.
Mas não precisa ser assim! Que você imprima em sua existência e naquelas de quem você ama a marca daquilo que você realmente é e não daquilo em que você sem querer se transformou.

Tenha coragem, se lance no abismo e abra as suas asas; e faça isso você mesmo, pois o bondoso homem da historia pode não aparecer nunca...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

INIMIGOS INTERNOS



INIMIGOS INTERNOS


”Os verdadeiros e mais perigosos oponentes que enfrentamos são o medo, a raiva, a confusão, a dúvida e o desespero. Se dominarmos esses inimigos que nos atacam por dentro, podemos alcançar a verdadeira vitória sobre qualquer ataque de fora.”

Morihei Ueshiba


Todos os oponentes citados por Ô Sensei (1) são manifestações de uma mente perturbada, possivelmente por excesso de pensamentos,  preocupações, cansaço, stress, etc.
As vezes a confusão pode causar dúvida; a dúvida pode gerar raiva ou medo que pode levar ao desespero. Outras uma dúvida pode causar medo, este medo causar raiva e dessa confusão vir o desespero.
Uma mente atormentada por uma torrente incessante de pensamentos fica fragilizada e pode, facilmente, tornar-se perturbada, desencadeando quaisquer dos sintomas.
Em qualquer dessas situações, acalmar a mente se torna essencial. Diminuir o ritmo dos pensamentos, buscando um estado de relaxamento e paz: o silêncio da mente.
Mas como mantê-la em silêncio se os pensamentos não cessam de passar? 
Eu imagino uma situação como deitar no chão e ficar olhando as nuvens no céu; elas são os pensamentos, não param de passar, mas não interferem em sua vida, deixe-as passar, não preste atenção nelas.
É preciso mudar o modo com interagimos com nossa mente; praticar meditação, Yoga, ou mesmo uma arte marcial como o Aikido, pode ser uma poderosa arma para auxiliá-lo nesta difícil tarefa.

(1) Morihei Ueshiba era também chamado de Ô Sensei ( Grande Mestre)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015



CÉU E INFERNO

Um velho conto popular japonês fala sobre um rapaz aventureiro que queria saber a diferença entre céu e inferno.
“Primeiro olhou para o inferno e viu diversas pessoas sentadas ao redor de uma mesa repleta de finas iguarias.
Entretanto, todas as pessoas tinham as faces chupadas, eram magérrimas e frágeis, gritando em desespero. Um olhar mais acurado revelou que suas mãos apresentavam apenas dois dedos no formato de hashis e com mais de um metro de comprimento.
Embora pudessem apanhar o alimento, os dedos eram compridos demais para leva-los à boca. Desesperados os condenados transformavam os pauzinhos em armas e brigavam totalmente entre si pela comida que não podiam saborear.
Então o rapaz olhou para o céu. Viu a mesma mesa comprida com os mesmos pratos maravilhosos – e os mesmos dedos alongados. Todavia, todos sorriam felizes uns para os outros. Tinham rostos cheios, brilhantes de saúde. Ali não se brigava porque, apanhando o alimento, eles estendiam-no por sobre a mesa para servir os companheiros.”(1)

Diferentemente das religiões organizadas, muitas culturas não enxergam o céu ou o inferno da mesma maneira; eles não estão localizados nas alturas ou no mundo subterrâneo, não se referem a lugares que iremos depois da morte, nem tampouco como lugares bonitos ou feios. São lugares idênticos. O que os diferencia é a maneira como se comportam seus integrantes, seu modo de agir, suas atitudes e caráter.
Poderia ser qualquer dia, a qualquer hora, na vida de qualquer um; simplesmente dependendo da maneira como nos portamos diante das dificuldades que se apresentam a toda hora. Dependendo de nossa atitude, podemos nos tornar Guerreiros da Paz ou Guerreiros Agressivos; a escolha é sempre nossa.

REFERÊNCIA:


Mitsug Saotome