quinta-feira, 26 de outubro de 2017

BELEZA E FEIURA; POR QUE UMA É TÃO RARA?




A SELEÇÃO NATURAL DA FEIURA


Alguma vez você já se perguntou por que há tanta mulher feia por aí? Ou, pelo menos, o porquê da esmagadora maioria das mulheres serem feias?
Uma mulher bonita é uma exceção à regra; tanto que as que a são, se destacam com facilidade.
Em minha opinião, a causa disso está ligada à religião; mais especificamente a duas: à Católica e à Protestante, de Martinho Lutero. E tudo por conta de uma das passagens mais negras da história: a Inquisição.
Tudo começou em 1022, quando foi criado o primeiro "Tribunal Público contra a Heresia", em Orleans (França); para perseguir e combater a heresia dos Cátaros (um grupo de dissidentes do próprio cristianismo, que a igreja Católica Romana considerava uma ameaça). Em seguida, em 1249 implantou-se, no Reino de Aragão, a primeira Inquisição oficial, que mais tarde, a partir de 1478, tornar-se-ia a famigerada “Inquisição Espanhola”, que durou até 1834. Foram mais de 800 anos de perseguições religiosas. A princípio, tanto a Inquisição Espanhola, quanto a Portuguesa (que se instalou poucos anos depois) visavam a preservação de sua fé, eliminando todos que seguissem qualquer outra religião (principalmente judeus e muçulmanos); homens e mulheres indistintamente.
Porém, a partir de 1450, o imaginário popular, aliado à exacerbada moral e obscuros dogmas da Igreja Católica, começaram a enxergar a maioria das mulheres como bruxas. Para piorar, nos países dominados pelo Protestantismo, principalmente os de origem germânica, as bruxas foram logo identificadas como seguidoras do demônio, cuja função era disseminar o mal pela Terra. Tal crença logo se propagou por toda a Europa, atingindo seu ápice entre os anos de 1450 a 1750.
Qualquer catástrofe natural ou peste era logo atribuída à ação delas, provocando a condenação à morte na fogueira, de muitas. O julgamento era sumário e a admissão de culpa sempre obtida mediante terríveis torturas.
A simples preparação de unguentos com plantas medicinais, por curandeiras, que antes serviam para ajudar as pessoas, passou a ser viso como ato de bruxaria. Se por um supremo azar uma parteira perdesse uma criança durante o parto, era, imediatamente, acusada de tê-la entregue ao diabo, julgada e queimada.
A coisa evoluiu e acabou tomando proporções de uma grande histeria coletiva; qualquer mulher atraente, cuja inocente beleza acabasse por despertar o desejo de algum homem, era imediatamente acusada de ser uma bruxa, seguidora do demônio, que tentava, com seus encantos, enfeitiçá-lo e levá-lo à perdição; a condenação à fogueira era certa.
Com isso, em quase toda a Europa a porcentagem de mulheres queimadas excedeu 75% dos casos. Em algumas localidades, como o condado de Namur (atual Bélgica), elas responderam por 90% das execuções.
Escritos da época registram fatos quase inacreditáveis: na diocese italiana de Como, teriam ocorrido 1.000 execuções em um ano. Em Toulouse, na França, fala-se de 400 cremações em um único dia. Ao todo, estima-se que 100.000 processos foram instaurados pelo continente afora e pelo menos 60.000 vidas se perderam em meio às chamas.(1)
 Com a sistemática eliminação das mulheres bonitas, cuja beleza, pelos conceitos da época, nada mais era do que uma artimanha do demônio para levar os homens à perdição, criou-se uma espécie de “seleção natural” às avessas, onde o gene da feiura parece ter se tornado dominante e o da beleza, recessivo.
Mulheres feias, naturalmente, tinham maior probabilidade de gerar descendentes igualmente feias. As que, por desventura, nascessem com o defeito da beleza, provavelmente não sobreviviam o suficiente para deixar descendentes. E assim, a feiura feminina se disseminou, tornando-se praticamente um padrão.
Atualmente, a beleza não é mais castigada, mas o estrago já estava feito (muito embora eu acredite que algumas bruxas ainda andem por aí, enfeitiçando-nos com seus encantos).
A menos de lugares específicos, que conseguem reuni-las, como locais badalados, agências de modelos e lugares afins, deparar-se com uma mulher realmente bela é raro. Quem não acredita, dê uma volta pelo Largo da Batata, em Pinheiros, ou pelo Largo 13, em Santo Amaro; ou então tome algum ônibus urbano. As evidências falam por si.


1-      Dados obtidos de matéria da Revista Superinteressante.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Em sua profissão, você busca a colaboração de pessoas mais experientes, ou se sente ameaçado por elas?



O REI E O SÁBIO

Em todas as civilizações antigas, seja das tribos nômades de caçadores/coletores aos reinos da idade média, o chefe, o rei, ou o monarca, era quase sempre associado à figura de um sábio ou mago (alguém que buscava soluções por meio do autoconhecimento). Arthur e Merlin são os estereótipos mais conhecidos desta ligação1; mas mesmo em povos mais primitivos, a figura de um xamã era sempre associada ao conhecimento e sabedoria, a quem o chefe do grupo recorria em situações de crise.

Ao sábio cabia, usando de seus conhecimentos, inteligência e experiência, aconselhar o rei em suas decisões mais difíceis, para que estas resultassem sempre em êxito, garantindo o prestígio do rei e a segurança do reino, que acabava por resolver os conflitos, obtendo a paz.

Em épocas mais modernas, os reis, ou governantes, começaram a deixar de lado a figura do sábio, passando a ser assessorados por outras pessoas e tentando desempenhar, eles próprios, o papel de combatente, protetor, ou disciplinador moral.

Um exemplo bem atual disso são os Estados Unidos, onde o presidente é assistido por um general ou almirante, não havendo mais lugar para a sabedoria de um pacificador.

Muito deve ter contribuído para este descrédito em conselheiros e sábios, a figura de Grigoriy Yefimovich Rasputin, que lá pelos idos de 1900, ganhou fama junto à Corte Russa, aproximando-se da família do Czar Nicolau II e sua esposa, Alexandra Feodorovna; primeiro como curandeiro, depois como conselheiro pessoal da Czarina, se valendo desse privilégio para obter proveitos pessoais inimagináveis, acabando, por este motivo, por ser assassinado pela nobreza russa.

Com o tempo, esta prática de ser assessorado por alguém com muito conhecimento e sabedoria, deixou de ser restrito somente a reis e governantes. Toda e qualquer pessoa que exercesse uma função importante, poderia se beneficiar, tendo ao seu lado alguém com muito conhecimento e experiência. O poder, aliado à sabedoria, tornar-se-ia uma força invencível.

O que se viu, porém, na maioria dos casos, foi exatamente o oposto: de repente, por medo, insegurança, ou não sei mais o que, a maioria dos que assumiam uma função de comando, fossem eles Diretores, Chefes, Treinadores, Instrutores, etc., passavam a se isolar, preferindo fazer um trabalho de qualidade muito inferior, a correrem o risco de serem ameaçados por uma pessoa de grande sabedoria, que poderia vir a ofuscar os seus feitos.

É mais ou menos como um ditado de Arthur Schopenhauser: Os medíocres, assim como as luzes, necessitam da escuridão para brilhar”.

A sabedoria passou de uma poderosa aliada, a uma grande ameaça. A ideia passou a ser: se ele sabe mais do que eu, ele pode vir a tomar o meu lugar. O melhor e mais seguro é mantê-lo afastado.

De repente, o sábio passou a ser visto como um perigoso vilão; uma figura a ser evitada a qualquer custo.

Com isso, profissionais que até contavam com um bom potencial, por pura insegurança, começaram a se aliar e ser assessorados por pessoas medíocres, passando, logicamente, a obter resultados igualmente medíocres, nunca conseguindo atingir as metas almejadas.

A continuar esta mentalidade, não tardará o tempo em que esses novos “bruxos” voltarão a ser perseguidos e condenados à fogueira, pelo risco que oferecem, como já ocorreu em épocas passadas; que o diga Galileu Galilei.

Acha exagero? Então basta se lembrar de Pol Pot, que liderou o Khmer Vermelho, governo comunista instalado no Camboja que, a partir de 1975, matou mais de 7 milhões de cambojanos. Foi considerado um dos maiores genocídio do século XX.

Pol Pot rejeitava os “ideais capitalistas” e concluiu que apenas as crianças ainda não haviam sido contaminadas por eles; desta forma, passou a eliminar toda e qualquer pessoa que detivesse um mínimo de cultura, restando apenas as crianças e os camponeses mais simplórios.

Com isso, passo, cada vez mais, a entender o sentido de uma frase, de autoria de Edmund Burke, escrita na entrada do famigerado campo de concentração de Auschwitz: “Quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros”.




1- Philip Dunn

sábado, 28 de janeiro de 2017

A BUSCA PELA IMORTALIDADE



A IMORTALIDADE

A imortalidade, desde os tempos mais remotos, sempre foi uma coisa que seduziu a imaginação dos seres humanos; não só pelos grandes e poderosos, que sonhavam em se perpetuar no comando de seus impérios, mas também pelas pessoas comuns, que simplesmente temiam a morte.

De tudo foi tentado, para alcançá-la: de elixires milagrosos, na antiguidade, que muitas vezes acabavam por matar precocemente quem os tomava; até a busca, pelos alquimistas, da pedra filosofal, já na idade média. Como nada nunca funcionou, o homem se voltou ao seu lado místico.

Para os Gregos, com sua mitologia, a morte era apenas uma passagem de uma vida, vivida no mundo superior, para outra, vivida eternamente no mundo de Hades, o Deus do mundo subterrâneo.

Já para os Egípcios, após a morte neste mundo, os corpos dos ricos e poderosos eram mumificados, para que ficassem preservados e pudessem seguir para uma outra vida, acompanhados de suas riquezas e servos, que também eram mortos e sepultados juntos, para continuar a servi-los nesta nova vida.

Algumas religiões se referiam a esta vida como um estágio passageiro, prometendo a vida eterna depois da morte, caso fossem seguidos, rigidamente, os dogmas e doutrinas impostos por elas.

E os exemplos foram muitos, de seitas ou religiões que prometiam, de alguma forma, a possibilidade de uma vida eterna após a morte.

O problema era que, em todos os caminhos que levavam à vida eterna, havia a passagem obrigatória e desagradável pela experiência da morte; o que não agradava a ninguém.

Talvez por este motivo, Ponce de Leon, lá pelos idos de 1500, seguindo os passos de Hernán Cortés, que se empenhava na conquista do povo Asteca, tenha resolvido montar uma expedição e sair em busca de uma lenda, sobre a qual havia ouvido falar, através dos nativos: a Fonte da Juventude. Quem bebesse de suas águas, voltaria a ser jovem novamente, não necessitando mais morrer para alcançar a vida eterna; quando recomeçasse a envelhecer, bastava beber mais alguns goles, para voltar a ser jovem.

Ponce de Leon nunca mais voltou de sua expedição; talvez tenha encontrado sua tão sonhada fonte da juventude, mas, imprudente, pode ter bebido de sua água em demasia, rejuvenescendo até o estágio fetal, onde a vida não é possível fora do útero materno, vindo a morrer em função disso.
Brincadeiras a parte, a verdade é que ninguém nunca alcançou, de fato, a tão sonhada imortalidade; pelo menos não da forma como todos sonhavam, de viver para sempre.

Sempre achei ridículas essas infindáveis buscas por uma vida eterna; devemos aceitar, como inevitável, a finitude da vida; tudo o que é vivo, é também mortal.

Certo dia, porém, um fato ocorrido, me fez começar a pensar a respeito do que poderia vir a ser, na realidade, a tão sonhada imortalidade. Tudo por causa de um trecho da Ilíada, obra de Homero, que narra a lendária Guerra de Troia.

Em uma passagem da narrativa, Aquiles, o maior de todos os guerreiros gregos, filho de Tétis, uma ninfa do mar, após ser convocado por Agamenon para lutar contra Troia, foi se aconselhar com a mãe, sobre que decisão tomar.

Com a sabedoria e a serenidade de uma deidade, Tétis falou a Aquiles que se ele não fosse para a guerra, ele se casaria com uma linda mulher, teria filhos com ela e seria feliz; seu nome seria lembrado por seus filhos e netos, mas depois de poucas gerações, ele seria completamente esquecido; no entanto, se fosse para Troia, jamais retornaria, mas seu nome seria comentado e lembrado para sempre.

Passei um bom tempo pensando a respeito; talvez estivesse aí a verdadeira imortalidade; não no fato de se viver eternamente, o que sabemos ser impossível, mas no fato de ter seu nome imortalizado por algum feito extraordinário.

Comecei a lembrar das pessoas que tiveram seus nomes imortalizados: Albert Einstein, por sua revolucionária teoria da relatividade; Alexander Fleming, pela descoberta da penicilina, e tantos outros que se imortalizaram pelos feitos notáveis que realizaram em prol da humanidade.

Porém, não só feitos gloriosos e louváveis tornaram pessoas imortais; estão aí Hitler, Stalin, Pol Pot, etc., para provar o contrário.

Seguindo este raciocínio e me aproximando de nossa realidade, lembrei que em nossa arte marcial, o Aikido, também podemos dizer que temos pessoas imortais; Morihei Ueshiba, o fundador, sem dúvida nenhuma, ainda vive em cada uma das técnicas que criou, quando as aplicamos em nossos treinos.

Kawai Sensei, meu mestre, que trouxe o Aikido para o Brasil, também vive, sempre que um dos conceitos, por ele ensinado, é utilizado em nossas vidas; tornou-se um imortal e será para sempre lembrado, pelo magnífico trabalho que realizou.


Os pensamentos acabaram convergindo e chegando a mim, ou mais precisamente às pessoas comuns, como eu; passaremos indiferentes pela vida, ou deixaremos, de alguma forma, nossa marca? Acho que esta resposta, apenas pelo modo como vivemos a vida, o futuro dirá.