O AIKIDO E O KI
Na última
postagem, escrevi sobre o KI, energia vital que todos possuem, e seus eventuais
efeitos sobre os praticantes do Aikido.
Hoje pretendo
falar sobre o Aikido, cuja filosofia está intimamente ligada ao KI, seus
efeitos e influência. Chego mesmo a dizer que o KI é uma das essências do
Aikido, sem o qual esta arte marcial sequer existiria. Basta observar que o KI
faz parte da palavra AiKiDo.
Porém, o KI é
entendido de diferentes formas por diferentes Senseis ou Dojos. Quero deixar
claro que os pensamentos apresentados a seguir representam apenas os meus
pensamentos ou conceitos a respeito do KI, não desmerecendo o modo de encarar
esse conceito por outras pessoas.
Dentre os
praticante de Aikido há aqueles que acreditam que podem desenvolver seu KI a
ponto de dominar ou controlar o oponente apenas com ele, ficando a técnica quase em segundo plano; já outros, vendo tal
atitude (que logicamente não funciona), simplesmente renegam o KI, fazendo de
seu Aikido uma mera aplicação de técnicas (que tampouco pode produzir
resultados satisfatórios). Não critico nenhum dos dois métodos, mas vejo a
coisa de modo diferente.
Começo com
alguns conceitos básicos de nossa arte marcial: no Aikido não se faz força,
correto? Errado! Faz-se e muita. O conceito apenas diz que não devemos nos opor
ao esforço do oponente; mas na hora de aplicar uma técnica, deve-se aplicar um
esforço concentrado em um ponto específico do corpo do oponente para maximizar
o efeito dessa técnica.
E não podia
ser diferente; do ponto de vista da física clássica, força ou trabalho (movimento)
é o resultado da aplicação de algum tipo de energia. Não há força ou movimento
sem o uso de energia.
O modo como
esta energia é usada na aplicação de uma técnica é que define como o KI esta
sendo usado.
Uso como
exemplo o “YonKyo”. Canso de ver praticantes desprendendo um esforço (energia)
enorme na tentativa de aplica-lo, sem sucesso. Se fosse possível enxergar a
energia, ver-se-ia que ela irradiaria em todas as direções e existiria em muito
pouca quantidade no ponto de aplicação da técnica. Por outro lado, em um
praticante avançado, ver-se-ia uma quantidade imensa de energia (força) na área
de aproximadamente 2 cm2 , localizada entre seu indicador e polegar,
causando ali um esforço tremendo que facilmente controlaria o oponente. Vale
lembrar que, por ser em uma área tão diminuta, quem está aplicando a técnica dificilmente
sentiria que está fazendo força, mas está.
Esta técnica
foi apenas um exemplo, porque para mim é onde é mais fácil enxergar a
concentração de força/energia em um ponto diminuto, mas o princípio tem que valer
para todas as técnicas. Sem deixar de dar ênfase à execução dos movimentos, não
se limite a isso, estude e treine como concentrar sua energia (KI) no ponto
onde ela melhor produzirá a força ou o movimento necessário para que a técnica
seja suave, elegante, porém eficiente, evitando desperdiçar energia com
movimentos desnecessários que só servem para cansar o corpo e exaurir a
energia.
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