sexta-feira, 1 de maio de 2015

A HARMONIA DA NATURZA



A HARMONIA DA NATUREZA

Falamos muito em harmonia da natureza e logo a imaginamos como uma coisa linda e perfeita; mas esse  é um conceito que costuma ser um pouco distorcido em sua interpretação; um trecho de um texto de Mitsug Saotome pode ser bem esclarecedor:

“Quando falamos em harmonia da natureza, nossos olhos se ameigam e vemos, em imaginação, um céu azul coalhado de nuvens refletindo no espelho calmo de um lago.
O canto dos pássaros ecoa, vindo dos ramos floridos. Uma brisa suave  e tépida roça pela nossa face e faz ondular a relva, enquanto sorrimos para o leão que dorme ao lado do cordeiro.
Essas imagens são excessivamente açucaradas, decadentes. O leão morreria de fome. Os carneiros superpovoariam a área e destruiriam toda a relva que serve para reter o solo. A rica camada superficial deste seria lavada, o lago secaria e os carneiros também sucumbiriam de inanição. As árvores definhariam e o vento lançaria seus sussurros sobre um deserto árido e sem vida.”

A harmonia da natureza não se traduz por um estado onírico, onde todos os elementos vivem em um sistema de paz constante e reconfortante.
Pelo contrário; a impiedosa espada da natureza, com seu gume afiadíssimo, cuida de manter um equilíbrio entre seus elementos; se a taxa de reprodução fosse descontrolada, o número de espécies logo seria maior do que o espaço e o alimento disponível. Por isso, o controle desta relação é crucial.  Isso é feito por uma verdade absoluta: a luta de vida e morte pela existência.
A luta pela preservação das características para o sucesso das espécies e do sistema, age com a destruição dos fracos, imperfeitos e inadaptáveis e assim seleciona e aprimora, natural e cuidadosamente, o equilíbrio necessário para que a natureza mantenha a harmonia.

A hereditariedade é o mensageiro e a própria vida é seu executor.

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